Onça-pintada é achada sem cabeça no Pantanal: ‘decapitada’

Uma onça-pintada foi encontrada sem cabeça e boiando em um trecho do Rio Paraguai Mirim, em Corumbá, no Pantanal do Mato Grosso do Sul, em março deste ano. Para descobrir o autor do crime, uma investigação foi aberta pelas polícias Federal e Militar Ambiental.

Onça-pintada é achada sem cabeça no Pantanal – Foto: Reprodução/Valdeir Pereira

José Borges de Medeiros, subtenente da Polícia Militar Ambiental em Corumbá, disse que essa foi a primeira vez que a instituição registrou um caso desse tipo na região. “Já teve vários casos no rio Paraguai, mas sempre encontrava o animal com alguma perfuração, faltando uma parte é a primeira vez”, revelou Borges.

O animal estava decapitado. A polícia acredita que o animal possa ter sido levado pela corredeira e não descarta ação humana. “Algum curioso pode ter visto ela rodando depois de morta e ter tirado a cabeça. Isso são hipóteses”, conclui o subtenente.

À mídia local, o Instituto Homem Pantaneiro também disse acreditar na possibilidade de que o animal tenha sido abatido por humanos. A organização ainda explicou que a parte do pelo caindo, observado nas imagens do corpo da onça-pintada, ocorre por conta do processo de decomposição na água.

Para Diego Vianna, médico veterinário do IHP, o cenário enfatiza a importância da fiscalização e da conscientização da população. “Além de ser um crime ambiental, afeta negativamente a imagem do Pantanal, que vem crescendo cada vez mais como um atrativo turístico mundial”, comenta.

Onças mortas

Levantamento do Instituto do Homem Pantaneiro aponta que entre 2016 e janeiro de 2023, 17 onças-pintadas morreram vítimas de atropelamento nos 200 quilômetros de rodovia que ligam Miranda e Corumbá. Só neste ano, dois animais da espécie foram encontrados mortos na rodovia.

Desde 2019 a Polícia Militar Ambiental faz atendimento aos animais atropelados na rodovia, presta socorro e mantém em quarentena até a liberação na natureza. Aqueles que apresentam maior gravidade, são encaminhados para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras).