Do eletrônico ao funk: DJs de Florianópolis conquistam espaço no cenário nacional

Se você costuma frequentar as festas mais agitadas de Florianópolis, provavelmente já deve ter encontrado os DJs Meu nome é Vaca, GenX e Miss Nathália agitando o público. Os artistas são apenas alguns dos residentes da capital que tem conquistado espaço no cenário musical nacional.

DJs de Florianópolis ganham visibilidade nacional

DJs de Florianópolis conquistam visibilidade nacional – Foto: Instagram/Divulgação/ND

Florianópolis abriga várias casas de eventos, baladas e recebe os mais diversos tipos de festivais de música, fazendo com que o mercado de oportunidades para DJs seja mais amplo e diversificado.

Mas, conquistar um espaço no cenário musical não é para qualquer um e exige estudo, persistência, investimento na carreira, além de paixão pela música. Em meio à crescente de novos artistas, é preciso se destacar para ganhar o público não somente na cidade de origem, mas em todo Brasil.

De Florianópolis para o Brasil

Quando vemos grandes artistas da música fazendo sucesso nacional não imaginamos que entre eles há nomes de DJs vindos diretamente de Florianópolis.

Pedro Eugenio, conhecido como GenX, começou sua carreira como produtor musical em 2017, motivado pela paixão pela música eletrônica.

Ainda cursando faculdade na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), lançou com o amigo, o DJ Liu, sua primeira música: “Pirate”.

A música acumula, atualmente, mais de 21 milhões de visualizações no Spotify e 9,6 milhões de plays no Youtube.

Além disso, a produção se tornou uma das músicas com mais vídeos feitos no reels do Instagram, no mundo, em todos os gêneros musicais.

Com o primeiro projeto rendendo frutos, GenX decidiu começar a investir na carreira de DJ. “Não sabia tocar ainda direito, mas aí eu fui aprendendo enquanto eu tocava”, relembra Pedro, que utilizou o Youtube como escola.

“Fui vendo que eu gostava demais daquilo, que era realmente o que eu queria fazer da vida, e foi deixando de ser um hobby”, acrescenta GenX.

Em 2021, chegou a lançar a música “Back Around” com a gravadora Universal Music, em parceria com os DJs Liu e Vicenzi, somando mais de 2 milhões de acessos nas plataformas digitais.

O talento e a dedicação de Pedro foram reconhecidos por artistas como Alok e Vintage Culture, colocando o DJ residente de Florianópolis em destaque no cenário musical nacional.

Recentemente lançou ao lado do DJ Schillist o álbum que virou curta metragem “Like a Dream”, que em oito faixas descreve os desafios da jornada de quem busca viver um sonho.

“As faixas transitam entre mais épicas até mais introspectivas, usando sempre a viagem da Jornada do Herói como linha guia”, descreve o álbum.

GenX já teve suas músicas tocadas por Alok – Foto: Instagram/Divulgação/ND

Saindo do eletrônico e indo diretamente para o funk, encontramos o “DJ mais animal do Brasil”, Meu Nome é Vaca.

Romano Madeira é quem está por trás do “DJ Vaca”. É considerado o fenômeno das festas universitárias de Florianópolis.

Deu início em sua carreira em 2014, despretensiosamente. Tudo começou quando foi a uma festa vestindo uma fantasia de vaca. Lá foi convidado por um amigo DJ a subir no palco para “agitar a galera”.

O sucesso foi tanto que no mês seguinte já embarcava para Minas Gerais para tocar pela primeira vez. Desde então, já se apresentou em mais de 18 estados brasileiros.

Romano já dividiu o palco com diversos fenômenos da música, como Anitta e Dennis DJ, além de já ter tocado para um público de 100 mil pessoas.

No mês de outubro, lançou sua primeira produção, “Rei do Celeiro”, ao lado da dupla Felipe & Kaynan e Lamic. A música também ganhou um videoclipe gravado em Santa Catarina.

A mistura de um set list atualizado e adaptado para cada festa e o personagem icônico de vaca são alguns dos motivos que colocam o DJ em ascensão.

Aos que desejam iniciar uma carreira como DJ, Romano aconselha “procurar fazer algo que te diferencie”. Também destaca que atualmente é preciso “investir bastante nas redes sociais, com materiais de qualidade, para conseguir atingir os produtores de eventos e conquistar o público”.

Romano Madeira se veste de “vaca” para tocar nos palcos – Foto: Instagram/Divulgação/ND

Mulheres também ganham espaço

Natália Stangherlin, conhecida como DJ Miss Nathália, saiu de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para Florianópolis por conta da carreira.

“Acho que aqui em Santa Catarina o mercado da música eletrônica é mais evoluído que no Rio Grande do Sul”, acredita Stangherlin.

Sua inspiração e referência para iniciar na carreira veio da própria mãe, Danni do Amaral, que também é DJ e instrutora artística.

“Desde que eu era criança eu via ela tocar. Na época, tinha uma CDJ 200 em casa e com sete anos de idade comecei a brincar [no aparelho]”, conta Natália. Com apenas 14 anos, a artista começou a se profissionalizar na área.

Natália toca eletrônico e em breve deve lançar sua primeira música autoral. Atualmente com 20 anos, ela já desbrava o Brasil fazendo apresentações. Mas para a DJ, ser mulher dentro deste mercado é uma situação mais difícil.

“Muitas pessoas duvidam do potencial das mulheres e estão sempre ali para “analisar” o trabalho, para ver se é competente o suficiente para ocuparem as mesmas posições que os homens”, comenta a DJ. “Eu ouço muita coisa desnecessária por parte dos homens no ambiente de trabalho”, destaca Natália.

Natália se mudou do Rio Grande do Sul para Florianópolis por conta da carreira – Foto: Instagram/Divulgação/ND

As dificuldades dentro da carreira de DJ

Como qualquer outra carreira, há dificuldades e desafios a serem enfrentados. Ao mesmo tempo que existe espaço para os diferentes perfis de DJs, há fatores cruciais que determinam o sucesso e a projeção que terão.

Conforme explica o head de marketing João Grasel, da Hey! Agency, — responsável por agenciar a carreira de Romano, Pedro e Natália e outros 16 DJs  —, o principal fator que contribui para alcançar o sucesso dentro do meio é a vontade de querer fazer as coisas acontecerem.

Apenas subir ao palco não é suficiente. É preciso investir no contato com o público através das mídias sociais e manter fotos e vídeos atualizados para os contratantes, por exemplo.

Grasel também menciona como pontos importantes a produção musical, ou seja, a criação de músicas autorais; manter uma rede de contatos, fazendo networking com profissionais da área; e a capacidade de se adequar e adaptar ao mercado, que esta em constante atualização.

Para a DJ Miss Natália, a agência serve como uma facilitadora. “Trabalhar com uma agência me ajuda muito a administrar melhor o tempo. Ao invés de estar resolvendo questões burocráticas de contratações com os eventos, eu estou focando na minha carreira e produzindo”, comenta a artista.

“Acho que independente de agência, o DJ tem que fazer o seu trabalho. Claro que ajuda a ter um planejamento e gerenciamento, mas o DJ precisa fazer acontecer”, conclui Romano Madeira.

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