‘Grande aliada’: 89% das mães da região Sul acreditam que escola pode ajudar a vacinar filhos

Para diminuir os entraves da vacinação infantil, 89% das mães da região Sul acreditam que a escola poderia se tornar uma grande aliada no processo. É o que revela uma pesquisa do Instituto Locomotiva, encomendada pela Pfizer.

Média da vacinação do Estado ficou em 65,8% – Foto: Prefeitura de Joinville/Divulgação

A maioria das entrevistadas gostaria que a escola ajudasse a lembrar das doses previstas no calendário vacinal (78%), número maior ainda que a taxa nacional, de 76%.

A possibilidade de imunizar os filhos na escola é vista como um alternativa atraente para 84% das entrevistadas e poderia aumentar a cobertura vacinal do país como um todo.

Assim, se isso fosse implementado, 79% das mães do Sul afirmam estar convencidas de que não atrasariam as vacinas de seus filhos. Além disso, 80% das entrevistadas dizem que se sentiriam seguras com a imunização no ambiente escolar, caso a aplicação fosse realizada por profissionais qualificados.

A autorização para vacinar as crianças seria dada por 90% das entrevistadas e, inclusive, 81% delas dizem que a decisão independeria do tipo de vacina aplicada.

O levantamento “Escola: Uma aliada na vacinação infantil” ouviu duas mil mães de crianças e adolescentes de até 15 anos de todo o país.

Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, a pesquisa deixa claro que a escola pode ser uma aliada nesse processo.

“Esses resultados mostram a importância de investir em estratégias quefacilitem o acesso à vacinação e reduzam as barreiras que muitas vezes impedem que ascrianças recebam todas as doses necessárias. As mães brasileiras acreditam que essaparceria entre escolas e autoridades de saúde pode fazer a diferença na vida de muitascrianças, ajudando a prevenir doenças e promovendo a saúde pública”, comenta Meirelles.

Sobrecarga delas

Seguindo a tendência nacional, 71% das entrevistadas de Santa Catarina, Rio grande do Sul e Paraná dizem que a falta de tempo, de uma rede de apoio e a distância entre sua casa e o local da aplicação fazem parte das razões que as fazem atrasar a imunização. O recorte nacional é de 66%.

“A taxa de vacinação infantil no Brasil vem sofrendo uma queda importante nos últimos anos, deixando a população mais exposta a doenças que antes estavam sob controle, como o sarampo”, diz a diretora médica da Pfizer, Adriana Ribeiro.

“Sabemos que essa questão foi agravada pela pandemia, mas estamos falando de um problema multifatorial, complexo, influenciado por vários elementos, sejam eles sociais, econômicos, comportamentais ou de informação. Por isso, com a nova pesquisa, propomos um olhar mais aprofundado desse cenário, como forma de contribuir para a busca desoluções que realmente possam transformar a situação”, opina.

O impacto da desigualdade social

Embora as dificuldades permeiem todos os diferentes grupos de mães contemplados pela pesquisa, o problema se acentua nas camadas mais vulneráveis: mulheres negras, de menor renda ou com filhos estudando em escolas públicas.

Na amostra da região, apenas 31% das entrevistadas afirmam receber algum tipo de acompanhamento ou ajuda para lembrar das datas de vacinação das crianças. O porcentual sobe para 51% entre aquelas das classes AB da amostra geral.

Em outra frente, enquanto 31% das participantes da pesquisa no Sul indicam que já atrasaram a vacinação dos filhos ou deixaram de imunizá-los por residirem longe do local de vacinação.

“Essas também são as regiões do País que apresentam os indicadores mais baixos deimunização infantil. Portanto, é importante considerar o impacto da desigualdade social dentro desse cenário para que possamos buscar soluções que ajudem a transpor cada umdos obstáculos enfrentados pelas famílias na imunização de suas crianças”, afirma o pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

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