Neurocirurgião que retirou tumor de cérebro de paciente enquanto cantava e tocava violão morre em SC


Prefeitura de Tubarão, no Sul do estado, decretou luto de 3 dias. Médico Marcos Flávio Ghizoni tratava um câncer de intestino. Homem toca violão durante cirurgia para retirada de tumor no cérebro, em Tubarão
O neurocirurgião Marcos Flávio Ghizoni, que chamou a atenção ao conduzir uma cirurgia de retirada de tumor no cérebro feita enquanto o paciente cantava e tocava violão, morreu na noite de terça-feira (9), aos 78 anos (relembre no vídeo acima). A prefeitura decretou luto de três dias.
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A morte foi divulgada pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Tubarão, no Sul de Santa Catarina, onde o procedimento aconteceu em 2015. Ele integrava o corpo clínico desde 1979, e era referência internacional na área de neurologia, segundo a unidade.
O médico, que estava internado desde a última semana no Hospital Unimed, tratava um câncer de intestino. Ele havia passado por uma cirurgia na terça-feira.
Em nota, a Unimed Tubarão também lamentou a perda, que classificou como irreparável.
“Aos familiares e amigos, expressamos nossas condolências neste momento de dor e saudade”, destaca o texto.
Cirurgia emblemática
Paciente alertava os médicos quando sentia dormência
Hospital Nª Sª da Conceição/Divulgação
Yesterday, dos Beatles, e Bem Maior, da banda Roupa Nova, foram algumas das canções tocadas pelo paciente Anthony Kulkamp Dias enquanto passava por cirurgia de retirada de um tumor no seu cérebro.
A operação, comandada por Ghizoni, aconteceu em junho de 2015.
Na época, o anestesista Jean Abreu Machado explicou que, geralmente, neurocirurgias são realizadas com o paciente sob anestesia geral e ausência de dor, mas quando o tumor está próximo a áreas como a da fala e movimentação, há risco de perda das funções, caso elas sejam lesadas durante o procedimento. Por isso, é importante manter o paciente acordado.
“As áreas com funções especiais podem ser monitoradas em tempo real. Assim, são menores as chances de lesão e é possível uma otimização do tratamento”, informou.
Deitado e com um lençol azul na parte superior na cabeça, ele apoiou o violão sobre o tórax e manteve a equipe médica alerta sobre o limite da cirurgia feita pela equipe durante nove horas.
Marcos Flávio Ghizoni morreu na terça-feira (10)
Divulgação
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