UFSC na mídia: Pesquisa revela que agro brasileiro depende da chuva gerada por terras indígenas

Floresta Amazônica. Foto: Bela Baderna/Instituto Serrapilheira.

O estudo Manutenção das Terras Indígenas é fundamental para a segurança hídrica e alimentar em grande parte do Brasil, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e de outras universidades brasileiras e estrangeiras, foi divulgado em diversos veículos de abrangência nacional ao longo da semana. Trata-se de uma Nota Técnica, que tem como primeiro autor o pós-doutorando Caio Reis Costa Mattos, e também é assinado pela professora Marina Hirota, ambos do departamento de Física da UFSC. O documento está disponível aqui.

Na revista piauí, a reportagem 80% do agro brasileiro depende da chuva gerada pelas terras indígenas da Amazônia destaca que a área coberta por lavouras e pastagens no Brasil depende das florestas mantidas de pé. Pela primeira vez, diz o texto, “cientistas calcularam quanta água circula nos ‘rios voadores’ gerados nesses territórios e que caminho eles percorrem levando umidade para o resto do continente. A área alcançada pelas chuvas abarca dezoito estados e o Distrito Federal e inclui trechos do Cerrado, do Pantanal, do Pampa e da Mata Atlântica. Os nove estados mais beneficiados são responsáveis por 57% da renda do agronegócio brasileiro”.

A matéria ressalta que “já se sabia que as árvores da Amazônia lançam na atmosfera grandes quantidades de vapor d’água que são transportadas pelo vento a outras regiões, gerando a chuva que irriga as terras agrícolas (daí a expressão ‘rios voadores’). A novidade do estudo foi calcular a contribuição específica das terras indígenas para a formação dessa massa úmida”. Em entrevista à revista, o pesquisador Mattos afirmou: “Mostramos que o setor agropecuário depende da conservação, do cuidado e do manejo que as populações tradicionais dão à floresta. A conservação desses territórios não é pauta apenas dos povos indígenas, mas da sociedade e da economia brasileira.”

Hirota também é citada na reportagem, chamando a atenção para o ineditismo do estudo: “O poder desse resultado é quantificar pela primeira vez dados que estavam disponíveis há muito tempo. A ideia era trazer informação que pudesse fazer diferença no debate.” Em outro momento, a professora explica a opção por publicar o estudo em forma de nota técnica e não de artigo científico: “Se seguido o caminho dos periódicos especializados, os autores poderiam esperar meses até que o artigo fosse avaliado por outros especialistas – um tempo que, segundo eles, não era razoável perder. Para Hirota, não foi uma escolha difícil. ‘Desapegamos de publicar artigos’, disse. E notou que a ciência que embasa a nota técnica já havia sido chancelada antes. ‘A nossa pergunta científica é diferente, mas o método que adotamos foi validado pela revisão por pares. Só estamos aplicando a terras indígenas.’”

Além da revista piauí, o estudo foi divulgado em outros veículos jornalísticos e especializados. No jornal Folha de S. Paulo, a reportagem Chuva de terras indígenas da amazônia contribui em 57% da renda do agro do Brasil, aponta estudo também entrevistou Mattos, que afirmou: “É um trabalho que nós esperamos que fomente o debate baseado em fatos sobre as relações entre os diversos setores produtivos brasileiros. A importância da amazônia conservada, da floresta em pé, para o restante do Brasi.” O pesquisador também disse ao jornal que “o estudo passou pela avaliação de cientistas renomados, entre eles o climatólogo Carlos Nobre, o físico Paulo Artaxo, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, o economista Ronaldo Seroa da Motta e a bióloga Mercedes Bustamante”.

O jornal O Globo repercutiu o estudo com a reportagem ‘Rios voadores’ de Terras Indígenas da Amazônia irrigam 80% de todas as áreas agropecuárias do Brasil. Já o site do Instituto Serrapilheira noticiou: Chuvas das Terras Indígenas da Amazônia contribuem para 57% da renda agropecuária do Brasil. E o portal Racismo Ambiental publicou a seguinte manchete: Terras Indígenas da Amazônia “irrigam” grande parte do país.

Acesse a íntegra da Nota Técnica aqui.

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