Medicamentos comuns prescritos a idosos estão relacionados a casos de demência, aponta estudo

Todo medicamento pode sofrer algum tipo de efeito colateral. No entanto, estudo publicado no JAMA Internal Medicine descobriu que alguns medicamentos anticolinérgicos podem estar relacionados a um risco maior de desenvolver demência.

Idosa com demência fazendo tratamento

Idosos que tomaram anticolinérgicos de 3 a 30 anos apresentaram mais chances de desenvolver demência – Foto: Reprodução/ND

Quais são os remédios associados à demência?

Os anticolinérgicos são medicamentos que bloqueiam a ação da acetilcolina, um neurotransmissor de sinais entre células nervosas, músculos e glândulas.

Eles podem ser usados para tratar diversas condições, entre elas a doença de Parkinson, incontinência urinária, depressão e ansiedade.

Realizado por pesquisadores das universidades de Nottingham, Manchester e do King’s College de Londres, o estudo analisou e comparou dados de 58 mil pacientes diagnosticados com demência e 225 mil sem a doença.

Idosa triste olhando a janela

Cientistas recomendam o uso de medicações da classe anticolinérgica com cautela – Foto: Reprodução/ND

Como foi o estudo que associou anticolinérgicos  à demência?

Eles investigaram quais tinham sido os medicamentos usados pelos pacientes nos últimos 20 anos e assim, descobriram que existia uma forte ligação entre os anticolinérgicos e demência, especialmente em pessoas acima de 55 anos.

No entanto, não eram todos os anticolinérgicos que apresentaram essa associação negativa, mas sim, apenas alguns antidepressivos e antipsicóticos, remédios para epilepsia, incontinência urinária e Parkinson.

Os cientistas reforçaram, contudo, que essa é uma associação e não é possível afirmar que os medicamentos podem causar demência diretamente.

Desta forma, eles recomendaram o uso dos anticolinérgicos com cautela, especialmente em idosos. “Os médicos devem ter cuidado ao prescrever certos medicamentos que tenham propriedades anticolinérgicas”, disse o principal autor da pesquisa, Tom Dening, em entrevista à BBC.

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