Policial que levou preso à praia será investigado por comissão disciplinar em Florianópolis

Dois policiais penais serão investigados por uma Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, por possíveis irregularidades cometidas na transferência de um preso, em 2019, em Florianópolis. Um dos policiais penais levou o detento até a casa de praia que o preso possuía em Canasvieiras.

Comissão disciplinar vai investigar policiais envolvidos em escolta e transferência de preso

Policial penal levou detento até a casa de praia do preso em Canasvieiras – Imagem ilustrativa: Pixabay/Divulgação/ND

Os servidores atualmente estão lotados no Presídio Regional de Tijucas e na Penitenciária de Florianópolis. As informações constam em portaria publicada no Diário Oficial do Estado, na edição de segunda-feira (29).

A portaria é assinada pelo secretário de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa, Edenilson Schelbauer.

Preso levado à praia

O caso, que será apurado pela Comissão, aconteceu em 22 de janeiro de 2019. De acordo com as informações que constam na portaria, um policial penal – que estava de atestado médico – se deslocou até a Central de Audiência de Custódia de Florianópolis e passou a interferir nos procedimentos de segurança do preso.

Conforme o documento, ele chegou a participar, irregularmente, do translado do interno até a Penitenciária da Capital. Ainda segundo consta na portaria, sem autorização, o policial penal teria retirado o preso das dependências da Penitenciária, com o uso de um veículo oficial, e feito cerca de 50 km até a casa do detento, localizada na praia de Canasvieiras.

Conforme diz a portaria, a ação proporcionou “tratamento diferenciado e privilegiado, demonstrando ato de manifesta improbidade”.

Outro policial investigado

O outro servidor, que será investigado pela comissão, teria supostamente realizado a escolta do preso, sem os procedimentos necessários de segurança. Além disso, ao chegar ao Complexo Penitenciário teria deixado o detento, que estava sob a responsabilidade dele, em uma sala, de onde foi retirado pelo policial penal para ser levado até a casa na praia.

O motivo do preso ter sido levado até a casa onde morava, bem como outros detalhes, não foram informados. Por meio de nota, a SAP (Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa) informou que foi criada a comissão para apurar todos os fatos acerca do caso, que corre em segredo até a completa conclusão.

Além disso, informa ainda que no momento, as informações disponíveis são as que estão publicadas no Diário Oficial.

Comissão Disciplinar

Por meio da portaria, a SAP indicou outros dois servidores públicos para constituírem a Comissão que irá apurar as irregularidades.

Os dois servidores são policiais penais. Um deles está lotado na Corregedoria Geral da Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa. Já o outro atua no Presídio Regional de Itapema.

Conforme a portaria, a Comissão Disciplinar será instalada no prazo de 10 dias. Os trabalhos devem ser concluídos no prazo de 60 dias, e caso não seja possível, a conclusão pode ser prorrogada por mais 60 dias.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.