Servidores de Florianópolis declaram greve por tempo indeterminado: ‘nenhum voto contrário’

Servidores públicos de Florianópolis declararam greve por tempo indeterminado nesta terça-feira (30). De acordo com as informações divulgadas pelo sindicato municipal dos trabalhadores, a decisão veio após uma votação com quase 5 mil pessoas e sem nenhum voto contrário. A greve começa a partir das 0h desta quarta-feira (31).

Em nota, a prefeitura de Florianópolis declarou que nos últimos seis anos o sindicato já promoveu 160 dias de greve. Segundo o poder municipal, em todas as vezes, os movimentos foram considerados ilegais pela justiça.

Servidores de Florianópolis declararam greve

Servidores públicos municipais declaram greve em Florianópolis – Foto: Reprodução/Sintrasem/ND

O Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis) declara que, após quase dois meses de negociações de Data-base, a prefeitura “não apresentou uma resposta que atenda as reivindicações dos trabalhadores, além de negar avanços e investimentos para a melhoria do serviço público de Florianópolis”.

Já a prefeitura, diz que as negociações entre executivo e sindicato estavam abertas e com proposta de aumento real por parte da Prefeitura: 6% no salário e mais 6% no vale-alimentação. Além disso, o município ofereceu mais uma gratificação aos auxiliares de sala, grande massa de trabalhadores da educação, o que resultaria em um aumento total de 17% no salário.

A Prefeitura ressaltou que vai entrar novamente na justiça pedindo a manutenção de todos os serviços municipais.

O Sindicato por sua vez disse que mesmo com o aumento previsto de 32% da arrecadação e superávit em caixa, a prefeitura deixou claro nas mesas de negociação que não estava disposta a avançar.

“A gota d’água veio com a resposta do executivo à cláusula 11 de terceirizações via organizações sociais. (…) O projeto do governo Topázio é repassar áreas inteiras da saúde para a terceirização, e depois incluir a educação e de todas as demais secretarias nesse esquema”, escreveu o sindicato.

Sobre a saúde, a prefeitura disse que tem profunda preocupação com a situação dos serviços na área da saúde, já que os hospitais estaduais estão superlotados na cidade.

“Em caso de não atendimento na atenção primária, os Centros de Saúde e UPAs, a tendência é maior pressão nas emergências estaduais. A Secretaria de Saúde lembra que a UPA Continente não sofrerá interrupções por ser gerida via Organização Social”, escreveu a prefeitura.

“O sindicato se diz contra o modelo de organização social nas UPAs, mas prova cada vez mais a importância desse modelo de administração. É o que vamos fazer durante a greve: contratar profissionais de fora para não deixar a população sem atendimento”, disse o prefeito Topázio Neto.

Para o Sintrasem, sem reformas, equipamentos e contratação de mais trabalhadores, a precarização do atendimento é o primeiro passo para privatizar os serviços.

“Daí surge a terceirização como uma ‘fórmula mágica’– mas que na verdade é um convite para fraudes, corrupção e prejuízos aos cofres públicos. Nesse filme, o lucro de poucos vai significar a piora do atendimento à população, o arrocho dos trabalhadores e a destruição das creches, escolas, centros de saúde, UPAs, assistência social e os serviços a que todos têm direito”, descreve.

Para a educação, a prefeitura divulgou que já iniciou trâmites para antecipar férias escolares em unidades que decidirem por paralisar os serviços. O objetivo é não prejudicar o ano letivo de milhares de alunos.

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