Mãe de mulher morta a tiros por ex-marido em hospital receberá R$ 80 mil por danos morais em SC


Vítima estava hospitalizada porque tinha sido atacada por ex um dia antes. Ele usou a arma da vítima, que era vigilante, para cometer o feminicídio. Crime aconteceu em 2010. Alessandra Mendes foi vítima de feminicídio no hospital em Chapecó
Arquivo Pessoal
A mãe de uma vigilante morta pelo ex-marido dentro de um hospital em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, vai receber R$ 80 mil por danos morais, informou o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). O crime aconteceu em 2010.
O valor deve ser pago pelo Estado de Santa Catarina e a Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira, administradora do Hospital Regional do Oeste (HRO), onde Alessandra Mendes estava quando foi baleada com cinco tiros pelo ex-companheiro.
Conforme a Justiça, a mulher estava em observação na unidade hospitalar, após ter sido agredida pelo mesmo homem durante o trabalho, no dia anterior (relembre abaixo). Na ocasião, ele levou a arma da mulher, que era vigilante.
Ao g1 SC, a associação informou que vai recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ). O governo foi procurado, mas não se manifestou até a última atualização da reportagem.
Em 2019, a Justiça já havia condenado a associação e o governo a indenizarem solidariamente os quatro filhos da vítima, que tinham 3, 10, 12 e 14 anos à época do feminicídio.
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Recurso
Quando a associação hospitalar e o governo foram condenados a indenizar os filhos da vigilante, a sentença havia negado o recebimento de valores pela mãe de Alessandra, já que tinham pouca proximidade. Foi a avó quem criou a vítima desde bebê, informou o TJSC.
A mãe, no entanto, recorreu da decisão. O desembargador relator mudou de entendimento, conforme a decisão, após os autos comprovarem que o distanciamento foi provocado por fatores “que vão muito além de simples rejeição”, como gravidez precoce, pobreza e maternidade solitária.
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O crime
Segundo o TJSC, o homem foi até o local de trabalho da vigilante, uma empresa de estocagem de congelados, e a esfaqueou na tarde de 9 de maio de 2010. Ele ainda tirou a arma da vítima e disparou contra ela.
Por causa do atendimento “rápido e eficiente”, segundo a Justiça, a vigilante não corria risco de morte, mas teria que passar a noite em observação no hospital.
Na madrugada, o homem pulou uma janela após omitir o verdadeiro nome na recepção. Pediu orientação a uma enfermeira, a quem disse ser amigo da vítima, e chegou até o quarto de Alessandra. Ainda com a arma da ex-companheira, atirou contra a mulher no leito de hospital.
Conforme o TJSC, não havia qualquer reforço de segurança policial na ocasião.
Em 2011, ele foi condenado a 27 anos e 11 meses de prisão.
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