Operação Mensageiro: Dois prefeitos, um vice-prefeito e um gestor podem virar réus nesta quinta

O prefeito, o vice-prefeito e um gerente da administração municipal de Tubarão, mais o prefeito de Itapoá, investigados pela Operação Mensageiro, podem virar réus na sessão da 5ª Câmara Criminal do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina) desta quinta-feira (27), em Florianópolis.

Operação mensageiro investiga prefeitos que podem virar réus

Denúncias do MPSC contra Joares Ponticelli, Caio Tokarski e Marlon Neuber serão avaliadas nesta quinta – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND

O prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), e o vice, Caio Tokarski (União Brasil), bem como Darlan Mendes da Silva, que ocupava o cargo de gerente de gestão municipal de Tubarão, participarão da audiência na sessão desta quinta-feira (27).

A denúncia do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) contra o prefeito Marlon Neuber (PL), de Itapoá, também será avaliada pelos desembargadores.

Os quatro estão presos preventivamente após investigações do Ministério Público na Operação Mensageiro.

Entenda o esquema

O MPSC investiga a empresa de saneamento Serrana, agora chamada Versa Engenharia Ambiental, que atende várias cidades do Estado, onde há suspeitas de corrupção no serviço de coleta de lixo.

Segundo o MPSC, um funcionário da empresa, chamado de “Mensageiro” na investigação, era responsável pela entrega das propinas aos prefeitos. Por ter feito acordo de delação premiada, o nome do funcionário não pode ser divulgado pelo Grupo ND por proibição judicial.

Joares Ponticelli está preso preventivamente desde 14 de fevereiro por conta da 3ª fase da Operação Mensageiro. O prefeito da cidade do Sul catarinense é suspeito de integrar um esquema de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

No final de março, a defesa de Ponticelli recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) em busca de um habeas corpus para que o gestor deixe o Presídio Regional de Criciúma. A defesa do prefeito afirmou que iria recorrer ao STJ e até mesmo ao STF (Supremo Tribunal Federal), caso necessário.

Conforme amigos do prefeito de Tubarão, ele enfrentou uma crise de depressão na cela especial que ocupa no Presídio Santa Augusta, em Criciúma.

Também em março, a desembargadora Cinthia Beatriz Da Silva Bittencourt Schaefer, responsável pela Operação Mensageiro, questionou o pedido do vice-prefeito preso de Tubarão, Caio Tokarski (União Brasil), para trocar de prisão. Na ocasião, a defesa do vice pediu transferência para uma prisão militar e questionou procedimentos como revista íntima e algemas na Penitenciária de Itajaí, onde ele está preso.

Operação Mensageiro investiga pagamento de R$ 12,9 milhões de Itapoá para a Serrana

Já o município de Itapoá tem relação comercial com a Serrana desde 2011, com contratos para serviços de destinação de lixo e saneamento, aponta a investigação. O MPSC registrou movimentações que apontam que Itapoá pagou à Serrana ao menos R$ 12,9 milhões em 10 anos.

Em março, a Câmara de Vereadores da cidade, que tem uma CPI em andamento sobre os contratos com a Serrana, aceitou o pedido de afastamento solicitado pelo próprio Neuber. A medida garante que o prefeito, mesmo preso, não perca o mandato. Na ocasião, a defesa do prefeito afirmou que não iria se manifestar sobre o caso.

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