Vírus responsável pelo surto de diarreia em Florianópolis é detectado em ambientes da UFSC

O patógeno responsável pelo surto de doenças entéricas que atingiu Florianópolis durante a alta temporada de veraneio foi detectado em alguns ambientes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Testes realizados pelo Laboratório de Virologia Aplicada (LVA) em amostras de água recolhidas nos bebedouros em oito diferentes locais dos campi da Trindade e do Itacorubi apontaram a presença de material genético do Norovírus Humano GI. O vírus, que atinge principalmente idosos e crianças, pode provocar doença gastrointestinal com sintomas como vômitos, diarreia, dor abdominal, cólicas e náuseas.

Logo após receber o relatório técnico do laboratório, a Reitoria da UFSC ouviu especialistas e repassou orientações para reforçar os cuidados com a higiene e limpeza nos ambientes da Universidade: a Coordenadoria de Gestão Ambiental (CGA) foi alertada para que, com auxílio da Pró-reitoria de Administração (Proad), entre em contato com os fiscais setoriais de contrato da UFSC no sentido de solicitarem às empresas terceirizadas atenção especial à limpeza dos sanitários, com uso de sanitizante (hipoclorito).

À Pró-reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (Prae), o gabinete irá solicitar que os funcionários que trabalham com a manipulação de alimentos no Restaurante Universitário sejam avisados da necessidade de manter o zelo pela boa higienização, especialmente dos alimentos que são servidos crus ou semiprocessados. Ao Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI), foi solicitado atenção especial à higiene das mãos de todas as pessoas que atuam em contato direto com as crianças.

Para os estudantes e servidores, a orientação é de que procurem seguir as medidas de prevenção para doenças diarreicas que estão publicados na página do Departamento de Atenção à Saúde (DAS). No caso de apresentarem sintomas, as medidas indicadas são afastamento do ambiente acadêmico e de trabalho e a busca por atendimento médico, continuando com os cuidados em casa. A recomendação a todos que manifestem a doença é manter medidas estritas de higiene e prevenção da transmissão ainda por vários dias depois de os sintomas desaparecerem, pois podem secretar o vírus nas fezes por até duas semanas depois de recuperados.

Com a diminuição dos relatos de doenças entéricas entre a comunidade universitária, medidas como a interdição de bebedouros ou restrições no serviço de alimentação do Restaurante Universitário não serão implementadas neste momento. O kit usado pelo LVA nos testes é muito sensível e detecta a presença do genoma do vírus nas amostras, que pode ser oriundo de fragmentos do vírus sem capacidade infectante.

É possível que o material genético do Norovírus esteja presente na água proveniente da rede de abastecimento. Por isso, a Reitoria entrará em contato com a Casan solicitando informações sobre os testes de qualidade realizados pela própria companhia e, no caso de detecção do patógeno, quais as medidas adotadas.

Medidas de prevenção para doenças diarreicas:

– Lave sempre as mãos;

– Lave e desinfete as superfícies, os utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;

– Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais;

– Tome água tratada e guarde-a em vasilhas limpas e com tampa, sendo a “boca” estreita para evitar a recontaminação;

– Não utilize água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar ou beber;

– Evite o consumo de alimentos crus ou mal cozidos;

– Ensaque e mantenha a tampa do lixo sempre fechada; quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado em local apropriado;

– Evite o desmame precoce (manter o aleitamento materno aumenta a resistência das crianças contra as diarreias).

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